DÉFICIT EM CONTA CORRENTE BATE RECORDE EM 2014

O resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 90,948 bilhões, pior resultado desde 1947
O resultado das transações correntes fechou o ano de 2014 com déficit de US$ 90,948 bilhões. O rombo superou a projeção do Banco Central, de um resultado negativo de US$ 86,2 bilhões. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (23/01).
O resultado de 2014 é recorde para a série histórica do BC, iniciada em 1947. Até então, o maior volume havia sido registrado em 2013, de US$ 81,347 bilhões. Vale destacar que esse resultado deficitário foi 50% maior do que o verificado em 2012, de US$ 54,246 bilhões, que até então era o pior desde 1947.
O déficit em conta corrente do ano passado ficou em 4,17% do Produto Interno Bruto (PIB), ainda de acordo com os dados do BC, o pior para um ano fechado desde 2001 (4,19%). O maior porcentual da série histórica do BC foi observado em 1974, de 6,8%.
Apontada como principal vilã das contas correntes em 2014, a balança comercial registrou um déficit de US$ 3,930 bilhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 48,667 bilhões. A conta de renda também ficou no vermelho, em US$ 40,2 bilhões.
Dezembro Em dezembro, o resultado das transações correntes ficou negativo em US$ 10,317 bilhões. A balança comercial registrou um superávit de US$ 293 milhões, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 4,881 bilhões. A conta de renda também ficou deficitária em US$ 5,988 bilhões.
Viagens ao exterior Mesmo com a aceleração da cotação do dólar no segundo semestre do ano passado, a conta de viagens internacionais registrou um déficit de US$ 1,6 bilhão em dezembro de 2014 e um saldo negativo de US$ 18,695 bilhões no acumulado do ano. O resultado ado ano é um novo recorde - a maior marca havia sido registrada em 2013, de US$ 18,632 bilhões.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, avaliou que o crescimento dos gastos dos brasileiros em viagens ao exterior no ano passado se deu em função da manutenção de ganho da massa salarial pelo brasileiro, mesmo diante do câmbio desfavorável para as viagens. "A massa salarial continuou crescendo em 2014, mas diferente do que observamos em anos anteriores", disse. Segundo Maciel, a tendência é de que as viagens cresçam de forma "moderada em 2015".
Investimento Externo Em todo o ano de 2014, o IED somou US$ 62,495 bilhões. O saldo anual só supera o de 2010 (US$ 48,506 bilhões), já que ficou inferior ao dos três anos anteriores: US$ 66,7 bilhões em 2011, US$ 65,3 bilhões em 2012 e US$ 64,045 bilhões em 2013. O resultado no ano passado ficou abaixo da estimativa do BC, de receber US$ 63 bilhões.
Com o resultado divulgado hoje, nota-se que o ingresso desse tipo de investimento foi suficiente para financiar apenas 68,72% do rombo das transações correntes de 2014. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o IED passou de 2,85% em 2013 para 2,95% agora.
Ações e Renda Fixa O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 11,546 bilhões em 2014. Em 2013, o saldo havia sido de US$ 11,636 bilhões, com um total de US$ 905 milhões apenas no último mês daquele ano. As aplicações em ações negociadas no país no ano passado somaram US$ 10,566 bilhões e as negociadas no exterior (como ADRs) registraram um saldo positivo de US$ 980 milhões.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no país ficou positivo em US$ 20,106 bilhões no acumulado de 2014. Em 2013, o resultado havia sido negativo em US$ 263 milhões em dezembro e positivo em US$ 25,369 bilhões no ano. O aumento da procura por esses títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre a aplicação.
O investimento em títulos negociados no exterior ficou positivo em US$ 1,880 bilhão no ano. Em 2013, foi negativo em US$ 1,755 bilhão no último mês do ano e em US$ 2,341 bilhões no acumulado em 12 meses.
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